
Foto: Divulgação/Arquivo O Candeeiro
Junho - Mês Mundial de Conscientização da Infertilidade
Caracterizada pela ausência de gravidez em um casal com relações sexuais regulares, sem uso de medidas anticonceptivas, por um período de um ou mais anos, a infertilidade atinge cerca de 17,5% da população adulta global, de acordo com relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS). Apesar da estatística representar uma parcela razoável da população, a maior parte das pessoas só buscam ajuda especializada no momento em que decide ter filhos.
A boa notícia é que esse cenário pode estar progressivamente mudando. De acordo com a ginecologista Gérsia Viana, especialista em Reprodução Humana e diretora médica do Cenafert – Centro de Medicina Reprodutiva, no dia a dia do consultório já é possível perceber um aumento de casais jovens que buscam orientação sobre preservação da fertilidade. “São jovens com idade entre 30 e 35 anos que ainda estão focados na sua formação acadêmica e na conquista de estabilidade financeira, ou simplesmente ainda querem aproveitar a vida a dois antes de assumiram a responsabilidade de ter filhos. Mas eles já têm consciência que precisam cuidar da fertilidade para que a gravidez seja possível em outro momento,” conta Gérsia. Para a médica, esse movimento reflete uma maior conscientização das novas gerações. “Antes quando alguém buscava essa ajuda especializada de forma preventiva era sempre uma mulher, hoje já temos casais com essa preocupação”.
O cuidado com a saúde reprodutiva é fundamental para quem deseja ter filhos. "Quando um fator de infertilidade é identificado precocemente na mulher ou no homem, é possível tratar essa condição e reduzir o risco de infertilidade”, esclarece Gérsia Viana.
Nesses casos em que o casal pretende adiar seu projeto de ter filhos, uma alternativa segura que deve ser incluída no planejamento familiar é o congelamento de óvulos ou de embriões. O relógio biológico é o principal fator natural da infertilidade feminina. A partir dos 35 anos de idade, a fertilidade da mulher entra em declínio e as chances de uma gravidez espontânea caem consideravelmente. “As técnicas de preservação da fertilidade são aliadas importantes para possibilitar uma gravidez segura em idade mais avançada”, afirma a especialista.
Congelamento de óvulos (Vitrificação)
Considerado
um método mais avançado de criopreservação, a vitrificação proporciona
taxas de gestação altas, uma vez que o procedimento preserva as
características, a idade e a qualidade dos gametas femininos. “É sempre
importante lembrar que o sucesso da técnica está associado com a idade
da mulher no momento do congelamento e a quantidade de óvulos
congelados, a recomendação é que o congelamento seja realizado antes dos
35 anos de idade”, ressalta Gérsia Viana. “Quanto mais jovens forem os
óvulos congelados e em maior quantidade, maior a chance de uma
fertilização bem sucedida”, explica a especialista.
Durante o processo de congelamento, os óvulos são desidratados e tratados com substâncias crioprotetoras antes de serem congelados. A técnica realiza o ultrarresfriamento dos óvulos em baixíssima temperatura (-196ºC) e de forma muito rápida, preservando a sua qualidade no ato do descongelamento ou desvitrificação para fertilização em seguida.
O congelamento de óvulos possibilita que as mulheres adiem a gestação e ainda que engravidem utilizando os próprios gametas até mesmo depois da menopausa.
Congelamento de embriões
Outra
opção importante a ser considerada para preservação da fertilidade é o
congelamento de embriões para futura implantação no útero. Nesse caso, é
feito o procedimento de Fertilização in Vitro. Os óvulos coletados são
fertilizados com o espermatozoide do parceiro ou sêmen de doador e os
embriões obtidos são congelados para serem implantados no momento que a
paciente decidir pela gravidez. A indicação de cada técnica é
individualizada e depende de vários aspectos, que devem ser alinhados
adequadamente entre os pacientes e o especialista em Reprodução Humana.
Hábitos e fertilidade
Segundo
Gérsia Viana, não fumar, controlar o estresse e a ansiedade, ter uma
alimentação equilibrada, praticar atividade física regular, manter uma
vida sexual saudável com uma frequência média de três relações por
semana, dormir bem e evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas
são algumas medidas essenciais para a saúde reprodutiva. “Manter-se no
peso adequado e praticar sexo seguro também podem fazer a diferença”,
destaca a médica. “A obesidade, o tabagismo e as Infecções Sexualmente
Transmissíveis podem comprometer a fertilidade nos dois sexos”, afirma a
especialista.
Além dos hábitos saudáveis, as consultas e exames de rotina com o ginecologista e urologista são essenciais para a preservação da saúde reprodutiva dos dois sexos. “Ao menor sinal de algo irregular na sua saúde reprodutiva ou mesmo quando se pretende adiar o projeto de ter filhos, é importante buscar ajuda especializada para avaliar sua condição reprodutiva”, finaliza Gérsia.
Sobre o Cenafert
Com
sede no bairro de Ondina, em Salvador, o Cenafert - Centro de Medicina
Reprodutiva, inaugurado há 22 anos, é uma clínica especializada em
reprodução assistida e tem como missão garantir uma atenção integral e
humanizada a pessoas que sonham em ter filhos. Ao longo de sua atuação, a
clínica já contabiliza mais de 3.500 bebês nascidos através das
diversas técnicas de reprodução assistida.
O laboratório de reprodução assistida do Cenafert oferece tecnologia de ponta para a realização dos procedimentos com eficácia e segurança. O casal infértil conta com o suporte de uma equipe médica multidisciplinar, experiente e qualificada, e com serviços que vão desde o atendimento de casos mais simples - solucionados com tratamento de menor complexidade - até aqueles que exigem o emprego de técnicas avançadas no campo da reprodução assistida.
O Cenafert faz parte do Grupo Huntington, um dos principais Grupos de Reprodução Assistida da América Latina.
Por Carol Campos