Comemoração da dupla / Foto: Gaspar Nóbrega / COB
Luisa Stefani salva 4 match-points e vai às quartas nos Jogos Olímpicos de Tóquio
Por Doro Jr. e Deborah Mamone
A paulistana Luisa Stefani, 23ª do mundo, e sua
parceira Laura Pigossi, seguem com o sonho vivo da busca pela medalha
nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão. As duas se classificaram em
jogo emocionante nesta terça-feira (27) para a quartas de final. As
brasileiras derrotaram as tchecas Karolina Pliskova (7ª em simples e 68ª
nas duplas) e Marketa Vondrousova (94ª nas duplas), por 2 sets a 1, com
parciais de 2/6 6/4 13/11, salvando quatro match-points. Pliskova vem
de vice-campeonato em simples em Wimbledon e já foi número 1 na
modalidade enquanto que Vondrousova tem final de Roland Garros no
currículo e horas antes havia batido a poderosa e favorita Naomi Osaka
nas oitavas de simples. O resultado é o maior do tênis feminino
brasileiro em Olimpíadas.
O jogo teve muitas emoções sobretudo no
match tie-break. As tchecas abriram 6 a 3, Luisa e Laura foram buscar o
empate. As rivais abriram 9 a 7, depois 10 a 9 e 11 a 10, mas as
brasileiras salvaram os quatro match-points e aproveitaram a
oportunidade.
"Ótima vitória, nos safamos bastante, um jogo
duríssimo, uma montanha-russa de emoções. Em boa parte do jogo estava
mais para elas, então foi uma grande virada. Muito feliz pela maneira
como nos mantivemos lutando, nos recompondo e as coisas começaram a
mudar no final do segundo set. Pegamos mais confiança, crescemos,
sentimos que o momento veio mais paro nosso lado. O match tie-break
jogamos ponto a ponto, conseguimos voltar após 3 a 6 e 7 a 9, só focando
em cada ponto. Nossa energia no final estava incrível, fomos pra cima.
Foi isso que trouxe a vitória. Queríamos ganhar e ficamos muito
felizes", celebrou Luisa, que tem o patrocínio do Banco BRB e os apoios
da Fila, CBT, HEAD, Saddlebrook Academy, Tennis Warehouse e Liga Tênis
10.
Nesta quarta-feira elas buscam vaga nas semifinais diante das
norte-americanas Bethanie Mattek e Jessica Pegula, cabeças de chave 4,
no segundo jogo da quadra 5, em torno das 2h da madrugada. Mais tarde,
em torno das 6h, Luisa se une a Marcelo Melo e estreiam nas duplas
mistas contra o poderoso Novak Djokovic e Nina Stojanovic, dupla da
Sérvia. "Jogo duro contra as americanas e à noite dupla mista contra o
famoso Djokovic. Agora é descansar e se preparar para mais um dia de
batalha", completou.
Luisa tem 23 anos e vem fazendo história,
sendo a melhor ranqueada pelo país desde que o sistema da WTA foi criado
em 1975, somando dois títulos e mais seis finais.
Carreira
Luisa Stefani,
23 anos, nascida em São Paulo (SP), mora em Tampa, na Flórida (EUA),
treinando na Saddlebrook Academy. Cursou a universidade americana de
Pepperdine, onde jogou o circuito universitário por alguns anos. Se
destacou e optou por trancar a faculdade para disputar o circuito
profissional integralmente a partir de meados de 2018. Ganhou destaque
nas duplas e começou a colher resultados já em 2019, conquistando um
título no WTA de Tashkent, no Uzbequistão, e o vice-campeonato em Seul,
na Coréia do Sul, em outubro, com sua então nova parceria, a
norte-americana Hayley Carter, terminando o ano perto das 70 melhores do
mundo.
Em 2020, conquistou o WTA 125 de Newport Beach, na
Califórnia e chegou às oitavas de final do Australian Open. Após a
quarentena, comemorou o título do WTA de Lexington, nos Estados Unidos.
Terminou o ano como a 33ª do mundo, primeira brasileira no top 40 em
mais de três décadas. Começou 2021 com a final no WTA 500 de Abu Dhabi,
nos Emirados Árabes, alcançando o top 30 - a primeira brasileira desde
1976 - e chegou à segunda decisão em Adelaide e à terceira em Miami,
torneio da série WTA 1000. O vice-campeonato em Miami permitiu
que Luisa subisse para a 25ª posição no ranking, o melhor de uma
brasileira na história desde que o ranking WTA foi criado em 1975. Como
juvenil, também foi destaque, conquistando vitórias em Wimbledon e
tornando-se Top 10.
Fonte: ZDL Sports